terça-feira, 30 de setembro de 2008

Um dia eu fico sério me atiro de algum prédio!


Meu deus, quem inventou os feriados? Hoje 30 de setembro de 2008, aqui tá um tédio da pohhhaaaaa.
Comemora-se em Mossoró a Abolição dos Escravos, que aqui "ganharam" suas liberdades cinco anos antes da Lei Áurea. É uma piada... 125 anos se passaram e o que tem o povo negro de liberdade? Um pseudo ideal de igualdade pregado por uma constituição que impõem o respeito aos afrodescendentes. Putz! Que País é Este? Cotas, preconceito, olhar de medo... raiva, nojo

Até quando teremos que fingir que não somos racistas e preconceituosos?

Eu tô no meu quarto escrevendo isso aqui e escutando Plebe Rude, com uma raiva da mulesta pois tenho que terminar um texto pra uma peça teatral da escola e me falta inspiração. Sem ninguém por perto, pensando no desfile cívico municipal que perdi, nas horas que gastei no msn e orkut e também refletindo sobre o racismo, mas o tédio não passa, um dia eu fico sério e me atiro de algum prédio!

Abaixo segue a letra da Plebe que trabalha esta temática:


Ontem fez cem anos
Hoje comemoramos
E está tudo igual
Tem um outro lugar
Isso eu tenho certeza
Lá não tem disso não
Ninguém pode calar
O silêncio fala
Bem mais alto que gritar
Tire a mordaça
Ergue a tua taça
Mas a dúvida ainda é
Demoraría mais de cem anos
Para aprender a boa lição
Que toda raça de mãos dadas
Derruba discriminação
Mas existe um outro lugar
Esse retrocesso
Chamam de progresso
Não é bem assim
Tem um outro lugar
Isso eu tenho certeza
Lá não tem disso não
Um ideal que se agarra
O laço que se amarra
E isso ninguém tira não
Ontem fez cem anos
Aonde chegamos
Que isso sirva de lição
Tem um outro lugar
Com um pouco de fé fará sentido
Mais justo que o nosso lar
Aonde esse canto será ouvido

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

“Por toda a plataforma você não vê a torre...”


Faz Tempo que Não Pula Ninguém da Torre de TV – Nicholas Berh
No alto da Torre várias pessoas deixaram frases escritas
“O amor nos uniu antes do fim de tudo” (* 1953 - † 1972)
“Flor que lutou contra a faca e perdeu” (* 1961 - † 1977)
“Sem esperança e sem medo” (* 1950 - † 1968)
3000 pessoas se jogaram da Torre de TV. 306 eram desempregados, 216 afirmavam que eram felizes, 1720 trabalhavam no governo.
Nada pode ser verdade, ame o acaso... mas é verdade. Nos anos 80, a Torre foi toda gradeada. Desde então as pessoas se matam em casa... ou nas ruas, nos supermercados, nas filas, no sinal vermelho, nos jogos de futebol, na TV, videogames , rivotril, ódio, preconceito, nicotina, ak47, cano 38, solidão, lithium, nas salas de aula.
Viva o amor, resista, eles não venceram, sonhe

Fim do nada
O Que Se Faz (Plebe Rude)
O que se faz se paga
O que se faz aqui
Os danos no seu rastro
Não deixam de existir
As vezes, só do inferno é que se vê o céu
Veja com os seus olhos o que eu já vi com os meus
Nada justifica
Os meios, nem o fim
Todo preconceito
Vai te perseguir até o inferno
Se nascemos só uma vez
Isso é melhor que pode fazer?
E as promessas que você faz
Você vai alcançar jamais
Pra que a pressa? pra onde vai?
Aqui se paga todo o mal que se faz
Pode fazer o que quiser
Pode dizer o que quiser
Mas eu vou desmentir cada palavra
Pode contar sua versão
Pode viver em negação
Não enxerga que os dias estão contados?
Isso é o melhor que pode fazer?
As vezes, só do inferno é que se vê o céu
Saia dos seus sapatos e tente andar nos meus

sábado, 13 de setembro de 2008

Pense dance, dance e pense!



Quando se aproximava o carnaval de 2008 refleti sobre uma questão que há muito me incomodava. O carnaval chegando, eis a maior festa da cultura carioca, aquela alegria... a lembrança de Pierrot e Colombina, a esperteza de Arlequim e o samba que coloca todo mundo na “gandaia”. E na quarta-feira seguinte... cinzas... apenas cinzas.
É do conhecimento de todos que durante o carnaval o axé é o ritmo que empolga a juventude. Muitas alegrias e farras ocorrem durante o carnaval. Em meio a tanta alegria eu fico triste. “Eu fico triste quando chega o carnaval”, já dizia Luiz Melodia. Nunca me acostumei com ritmos tão dançantes, sempre exaltei a letra da canção sobre qualquer outro aspecto da música, apesar de saber que música não é apenas letra. Porém, algumas pessoas dizem: mas existem músicas para dançar e outras para pensar e refletir. Pergunto: será mesmo verdadeira essa afirmação? Não se pode criar uma letra com a qual possamos dançar e refletir sobre seu conteúdo de forma significativa para nossas vidas?
Acredito que exista tal possibilidade. E conheço inúmeras letras que podem ser facilmente adaptadas para qualquer ritmo dançante. Um exemplo disso foi a música Eva da banda Rádio Táxi que foi regravada com o ritmo de axé pela excelente interprete baiana Ivete Sangalo. Tal fez algumas pessoas perguntem: oxente meu rei, mas o que a letra quer dizer mermo? Qual o seu conteúdo? Num é uma letra que fala do amor numa astronave não?
Pois bem, muitas pessoas conhecem a letra, mas pouquíssimas compreendem a mensagem dela. A década? 1980, a Guerra Fria começava a chegar ao fim. Porém, muitas pessoas tinham medo do que as duas grandes potências que venceram a 2ª Guerra eram capaz de fazer naquele instante histórico. A Guerra Fria se caracterizou por ser um conflito de “meninos mimados” que disputam o poder e a influência do mundo. De um lado o capitalismo, do outro o socialismo. Um de seus aspectos principais foi a corrida armamentista. Dinheiro e mais dinheiro gasto pra que EUA e URSS tentassem intimidar um ao outro como seu arsenal bélico. Enquanto isso... a África continuava com a fome e a miséria. Nunca se juntaram para que pudessem ajudar esse pobre continente, aliás... estiveram juntos sim, em um único momento – para salvar uma baleia que encalhou entre o estreito de Bering. Ali, um único navio com a bandeira listrada em vermelho e branco e ao seu lado o grande manto vermelho com a foice e o martelo. Outro aspecto importante para se compreender tal conflito foi á corrida espacial. Novamente muito dinheiro foi empregado nas pesquisas científicas e tecnológicas para que um país pudesse mostrar ao outro, e mesmo ao mundo, até onde se poderia ir. Mandaram cachorro, macaco e até o próprio homem ao espaço. Mas os EUA venceram... chegaram até a lua e lá estamparam sua bandeira. Muitas lendas falavam de uma 3° grande guerra mundial. Ambos tinham controles e botões anti-atômicos. Outros diziam que eles tinham a capacidade de se autodestruir causando uma destruição total do planeta como conseqüência da radiação e etc.
A letra da canção retrata as indagações de um jovem que, em meio a essa infantilidade, tinha medo de morrer por uma questão que não tinha nada a ver com seu país e sua vida. Seu medo é tão grande que ele projeta uma destruição mundial. No entanto, sua esperança e fé na raça humana se lançam no papel de tentar reconstruir esse mundo e repovoá-lo, sendo ele um novo Adão e sua namorada uma pequena Eva, a qual é a única que pode dar-lhe a “força pra viver”, nem que seja “pelo espaço de um instante”.
Essa letra é um exemplo de que se pode pensar sobre o mundo, a política, os sentimentos, os problemas sociais e mesmo assim... dançar. Fica aqui a advertência: na próxima vez em que pararmos para escutar uma música, dançante ou não, é bom alertarmos para o que a letra diz, qual o seu conteúdo e assim nos deleitarmos com música de boa qualidade e não deixar de aproveitar o carnaval.
Meu amor olha só hoje o sol não apareceu. É o fim da aventura humana na terra ...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

É em outrubro



É muito triste pensar que a maioria dos brasileiros são assim...
mais triste ainda é saber que existe um sistema no qual impreguina em nossas mentes que todos somos iguais em direitos e deveres. Ou seja, qualquer idiota pode ser comparado a uma pessoa que se mata de estudar, que tem uma conciência política e que compreende a realidade com base em uma reflexão socio-histórica e filosófica. É como Ângelo sempre diz: DEMOCRACIA É DO DEMÔNIO mesmo!!!