quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Titanomaquia


Segunda-feira 19 de Janeiro de 2009, um dia inesquecível.

Pelo menos... inesquecível pra mim, pro Marcelo e pra Gilrllan. Ah, observação, tenho certeza que também o foi para os dois outros plebeus, Rafael e Romero ahuahau



Mal cheguei de Tibau, fui a procura de uma van pra Canoa Quebrada, com o intuíto de assistir a apresentação dos Titãs. Seria meu primeiro show dos Titãs. Putz, "o pior"... de graça. Pois é, são as férias do ceará... um monte de shows massa por todo o Estado. Enquanto aqui... :'(



Fã que é fã assiste show onde? Na frente! E lá fomos nós para perto do palco. Romero, Rafael e os outros ficaram um pouco na lateral, uahauaha como é Romero? "É impossível não dançar um reagge ao som de Marvin?! uhauahau Concordo!



O show em si foi perfeito, tirando os RC's do Titãs, no mais... titânico!!!

Pulamos pra caramba, gritamos feito doidos>>> ROCK!!!

Não para nossa surpresa, o novo baixista que acompanha os Titãs quem é? Lee Marcucci, ex-Rádio Táxi. Putz, Marcelo quase vai ao choro. auhauahauah



No fim, Eu, Marcelo e Gil fomos a procura do camarim pra vê se falavamos com a banda... :'(

Não deu pra falar, falar, mas tivemos um contato rápido com Tony Belloto, Sérgio Brito e Paulo Miklos... porém, uma conversa legal e muitos elogios ao Marcucci. Mas, uma foto?! Ninguém levou câmera, putz, que coisa?! uahauah Não ficamos sem um registro graças a cobertura de uma Tv de Santa Catarina, TVMagia, com uma reporter super simpática que nos forneceu um click.



A "trupe" que estava em nossa van, retornou com algumas lembrancinhas... 4 palhetas (duas do Tony, um de Branco Mello - Joaquim!!! e uma do Lee Marcucii) das quais tres foram, a cima de xutos e pontapés conseguidas por Marcelo Jr. ahuahau



Obrigados meus amigos por tudo, vocês são phodas!!!

Saudoso poeta


Cresci escutando as músicas que minha mãe gostava. Confesso que as mesmas não corresponde ao gosto que acabei por me afinar com o passar do tempo. Porém, é necessário aqui relatar a força da poesia que se encontra nas letras de inúmeros mestres da cultura popular, quer seja no repente, no cordel ou em cantorias de viola.

O gosto musical de minha mãe era uma mistura das tradiçoes mais folclóricas que se possa achar em nosso Estado com a musicalidade brega das décadas de 50, 60 e 70... isso por influência de minha avó, segundo o que ela me conta.

Entres os nomes que ela mais ouvia se encontram os de Carlos Alexandre, Eliseu Ventania, Teixeirinha, Evaldo Freiro e o ainda contemporâneo Bartô Galeno. Vale salientar que meu nome era pra ser o de seu ídolo Carlos Alexandre... por muita insistência de papai, ela resolveu mudar para Alexsandro, uffa ¬¬'

Em Mossoró um dos pontos mais conhecidos da cidade é a tão famosa Estação das Artes. Lugar de festas, do espetáculo Auto da Liberdade e também é o local onde se encontra o Museu do Petróleo. O patrono desse prédio histórico que no passado era a estação férrea, justamente por onde entrava e saia a economia mossoroense é, não por menos, o cantador de viola Eliseu Ventania. Ele, na realidade era natural de Martins, mas veio para Mossoró e a adotou como terra mãe, ao que a mesma correspondeu.

Fico triste de pensar como pode o nosso tempo produzir tantas músicas ruins e nos esquecermos do passado, onde nossos poetas eram mais sinceros em seus pronunciamentos poéticos e musicais. Eliseu perdeu a visão por consequencia de cataratas, mas mesmo assim continuou a fazer sua arte. Tem uma poesia sua interpretada pela cantora Fernanda Takai da banda Pato Fu e é recordado no documentário "A pessoa é para o que nasce".

Abaixo uma poesia triste do grande mestre Ventania.



Ao pé da cruz

Eu fui um dia visitar o cemitério
Lugar de pranto, de tristeza e emoção
Fiquei sabendo que a vida é um mistério
Por uma cena que abalou meu coração

Foi lá que eu vi uma criança ajoelhada
Ao pé da cruz, a lamentar dizendo assim:
“Esta é a cova que mamãe está sepultada
Mamãe o mundo acabou-se para mim”

“A nossa casa permanece abandonada
Minha roupinha nunca mais ninguém lavou
Minha comida é tão mal feita e maltratada
Sou espancado por alguém aonde vou"

"Se adoeço, fico só, ninguém me assiste
Se estou chorando ninguém vem me consolar
Se vejo um filho chamar a mãe eu fico triste
Por que num tenho uma mãezinha pra chamar”

“Eu aconselho a quem tiver sua mãezinha
Agrade a ela, não lhe faça ingratidão
Eu sofro tanto nesse mundo sem a minha
Ninguém me olha, só recebo humilhação”

Eu estava perto observando aquela cena
A criancinha a soluçar sem ter ninguém
Agarradinha com a cruz eu tive pena
Não suportei, saí dali, chorei também

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Que Deus é esse?


A recrudescia da violência perpetrada na "Terra Santa" no últimos dias me fez refletir sobre dois questionamentos indispensáveis na retórica da humanidade: 1) Em uma guerra pode algum dos lados está certo? 2) Que Deus é este que permite que criançinhas sejam usadas como escudo e arcabouço de um mundo-cão? Bom, a primeira pergunta gostaria de discutir só depois, pois se necessita de mais tempo e espaço e esse texto ficaria por demais exaustivo. Gostaria de deter-me ao segundo questionamento:Qual é o lugar de Deus num mundo de iniqüidades? Até quando há de permitir tamanha luta entre o Bem e o Mal? Até Ele fechou os olhos diante das vítimas do nazismo em Auschwitz, dos soviéticos que pereceram no Gulag, da fome dizimando milhões depois da revolução chinesa? E hoje, "Senhor Deus dos Desgraçados"? Darfur, a África Subsaariana, o Oriente Médio... Então não vê o triunfo do horror, da morte e da fúria? Que Deus é este, olímpico também diante dos indivíduos? Olhemos a tristeza dos becos escuros e sujos do mundo, onde um homem acaba de fechar os olhos pela última vez, levando estampada na retina a imagem de seu sonho – pequenino e, ainda assim, frustrado... Até quando haveremos de honrá-Lo com nossa dor, com nossas chagas, com nosso sofrimento? Até quando pessoas miseráveis, anônimas, rejeitadas até pela morte, murcharão aos poucos na sua insignificância, fazendo o inventário de suas pequenas solidões, colecionando tudo o que não têm – e o que é pior: nem se revoltam? Se Ele realmente nos criou, por que nos fez essa coisa tão lastimável como espécie e como espécimes? Se ao menos tirasse de nosso coração os anseios, os desejos, para que aprendêssemos a ser pedra, a ser árvore, a ser bicho entre bichos... Mas nem isso. Somos uns macacos pelados, plenos de fúrias e delicadezas (e estas nos doem mais do que aquelas), a vagar com a cruz nos ombros e a memória em carne viva. Se a nossa alma é mesmo imortal, por que lamentamos tanto a morte, como observou o latino Lucrécio (séc. I a.C.)? Se há um Deus, por que Ele não nos dá tudo aquilo que um mundo sem Deus nos sonega? O que diriam os mais fiéis? Que estamos pagando por nossos pecados, não é mesmo? Mas que pecados sãos esses? Teria o filhinho de um judeu polonês nascido nos horrores da segunda guerra (e que aos cinco anos de idade viu seus pais serem executados antes dele na câmara) mais pecados que eu? Não sei... Será que é só “questão de sorte”? Pode nosso Deus ser lúdico? Ou poderiam essas coisas estar acontecendo para a fé destes desgraçados ser testada? Pode ser que isso seja só um prelúdio, uma vereda tortuosa para o tão sonhado paraíso... Gozado não é? Que senso de humor o Dele, mas se isso lhe ajudar a dormir à noite...
Partes deste texto foram extraídas do blog de Reynaldo Azevedo.
Romero Tertulino