sábado, 2 de maio de 2009

A Fábrica de Panelas - terceira parte


Em Algum lugar no tempo e no espaço

Em uma manhã qualquer de algum tempo no futuro Pedro acorda sem vontade de levantar da cama, semelhante a maioria dos garotos de sua idade. Ele sabe que precisa se preparar para ir ao trabalho, é o seu primeiro dia na Fábrica de Panelas. Ao contemplar seu lanche matinal, depara-se com um ovo que sua mãe havia preparado, e pensa consigo mesmo:

- Quão fantástico é um ovo! Como pode o homem deixar de perguntar quem veio primeiro, se foi o ovo ou a galinha?

Esta pergunta tão simples e aparentemente boba, fora esquecida pela maioria das pessoas. Mas pedro sabia que esta pergunta revelava muito mais do que o simples desejo de se descobrir quem veio primeiro, se foi um ovo ou se foi uma galinha, e sim, ela perscruta o ensejo de saber as causas primeiras da existência. As coisas simples da vida não são banais como a maioria dos animais racionais acreditam. Ele mesmo já havia se perguntado várias vezes diante do espelho de onde tinha vindo, por que estava aqui nesse mundo e qual o sentido da vida.

“Acho que por mais sofisticada e tecnológica se torne a humanidade estas perguntas nunca deixarão de serem feitas”, pensava o jovem aspirante a filósofo.

Na ida ao trabalho, seu primeiro dia de trabalho, começava a se ver como alguém responsável. Caminhava lento pelas calçadas e refletia: Por que trabalhar? A resposta imediata aparecia com a seguinte solução: pra ganhar dinheiro. Mas, logo trazia outra pergunta: e pra quê dinheiro? pra gastar! Esse ciclo parecia não fazer muito sentido pra sua cabeça questionativa. Continuava caminhando e observava a criação feita por Deus e a criação feita pelo homem. Achava que o homem criou mais coisas do que o próprio Deus, e acreditava está aí o problema de todos os problemas. Nem sempre se pode ser Deus. Até onde o homem pensava ir com sua sabedoria? Até onde o ser humano pode criar? Qual será o último invento humano? Essas eram suas perguntas prediletas.

De tanto filosofar nem percebeu a distância de sua casa ao trabalho. E logo chegou na recepção. Ao entrar se deparou com uma moça que trabalhava com inforções sobre a empresa. Ao perceber o jovem, ela perguntou:

- Pois não jovem, em que posso ajudá-lo?

Ele respondeu:

- É o meu primeiro dia de trabalho aqui na fábrica. Onde posso encontrar minha sala? É no setor de microchips...

- Ah sim! é o novo estagiário que veio da universidade?

- Sim, sim, é isso.

Pedro começava a gaguejar diante da beleza estonteante daquela garota. Parecia ter sido feita em laboratório. Uma beleza rara, onde se percebia a perfeição de uma obra divina.