segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Flores no deserto


O que será desta vaga existência? Qual o sentido da vida? Tolamente dizer: VIVER não faz milagrosamente minha razão aceitar tal resposta e se conformar com o ser. Tenha pensado tanto sobre isto ultimamente. Tanto que tem até me machucado. Pensar na existência, na vida, implica necessariamente pensar na não-existência, na morte. Será que as religiões, com tantos formatos que só tem verniz e não tem invenção, tem uma resposta para o além? Se tem, qual é a verdade então?

Hoje eu sei, eu sei, mal cheguei a um período balzaquiano e me sinto velho. Até ontem me sentia um adolescente. Um jovem, pra quem a vida é tudo, menos fim. Onde tudo é possível e tudo é eterno. Hoje, não mais. Hoje um velho que tem perdido a esperança com os seus bichinhos de estimação e plantas. Mas, ainda não vivi tudo. E não tenho certeza alguma se a vida é bela.

Vejo na dor da flor que me gerou, uma angústia tremenda de saber que nada é justo e pouco é certo. Onde dará nosso futuro? O que acontecerá com a “geração perdida”? Medo de existir. Medo de envelhecer. Medo de deixar de existir. Será mesmo que a vida é tudo isso? Apenas uma chama acessa ao vento praieiro?

Enquanto não acho as respostas, sigo com as perguntas. Sigo existindo e vivendo. Mas sei, conscientemente, que um dia tudo vai ter um fim. Se estou preparado para este fim?! Não sei, eu pouco sei, eu nada sei. E como flores no deserto regadas a chuva de insetos sei que sou só um, mas não sou um deles. Transito entre esta fabulosa dúvida: “ser ou não ser, eis a questão”.




PS.: Inspirado em dilemas diante do sofrimento de minha mamãe que está doente e em grandes mestres do universo, tais como: Renato Russo, Herbert Vianna, Cazuza, Balzac, Shakespeare e Marcelo Falcão

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