Hoje algo (não sei o que) me fez lembrar meus negros15 anos, sabe aquela sensação de que todos fazem as coisas melhores que você? Chega a ser frustrante, porra! Sempre tem alguém melhor e parece que nem se esforça tanto.
Lembrei também de como era vida dos nerds no fim do ensino médio que se matavam de estudar e quando tiravam, por revés, a nota que eu almejava e começava a cair em prantos.
Foram nessas duas fases que me vieram certas questões... qual o sentido de toda essa carga em cima dos meu ombros, de muitos outros, e do resto que desvia e alivia essa tensão das mais diversas formas (lícitas ou não).
Percebi que basicamente não só a minha tristeza como a de muitos não se restringia a um único fator, porém a um peculiar; O medo de ser um “fracassado na vida” e não atingir o famigerado “sucesso” .
E em nossa sociedade o que defini se você é um cara de sucesso ou mais um fracassado?
Basicamente é a quantidade de bens materiais que você ostenta.
Então há essa pressão social para que você tire ótimas notas na escola, para entrar em faculdade renomada e um curso promissor para que? Ganhar dinheiro (seja qual for o meios), para quê? Ostentar, para que? Ser aceito em uma sociedade esnobista.
Vivemos hoje quase que uma epidemia desse estresse psicossocial causada pelo medo de não conseguir seu espaço, nesse princípio de escassez e concorrência, onde o seu sucesso será definido não por seu caráter, suas atitudes ou decisões. Mas sim, o seu nível de sucesso será mensurado de acordo com o seu carro, casa, vestimentas, locais onde frequenta e etc.
Ou seja todo essa medo e angustia para que?
Ser só mais um na massa de manobra necessária para a sobrevivência de nosso modelo econômico baseado no consumo excessivo e cíclico? Ser um esteriótipo criado por campanhas de marketing?
-Será que seus objetivos de vida são realmente seus? Ou aquilo que outras pessoas já definiram para você?
-Será que você é você mesmo? Ou aquilo que as pessoas gostariam que você fosse?
-Será que seus pensamentos são seus? Ou aquilo que as pessoas gostariam que você fosse?
É salutar nos avaliar reflexivamente de forma periódica e rigorosa e assim fugir das arbitrariedades das 'paixões' e da moral.
O mais importante não é nem saber que muitas das vezes nosso eu é só um cópia daquilo que esperam de nós, e como atores trocamos mais de papéis que de roupa. Mas ter a vontade de Poder suficiente para seguir aquilo que realmente nós concordamos ou pensamos.
Prosseguindo com a trilha sonora, ficamos mais uma vez com Plebeu Rude.
"Há uma espada sobre a minha cabeça /É uma pressão social que não quer que/ eu me esqueça/ Que tenho que estudar /que eu tenho que trabalhar / que tenho que ser alguém / não posso ser ninguém..."